A Associação de Capoeira Engenho foi fundada dia 01 de janeiro de 1970, por Edvaldo dos Santos Reis, Mestre Baiano.

A Associação de Capoeira Engenho preserva a tradição cultural brasileira que se apresenta com muita ginga. É uma dinâmica manifestação da nossa cultura, que cada vez mais está sendo difundida por todo mundo. A Associação de Capoeira Engenho dá seguimento a esta expressão cultural hereditariamente africana criada no Brasil. A partir de 1970, a Associação de Capoeira Engenho começa a fazer parte da história do Estado Guanabara em sua estruturação estadual, pós-capital federal, inserindo-se na identidade cultural, interagindo na regulamentação da capoeira. A partir desse fato, com grande satisfação e peculiaridade na comunidade da Capoeiragem. Tendo a capoeira como instrumento social pretende-se com a proposta garantir assim, perpetuação de nosso folclore, entendendo que a manutenção de nossas raízes é a manutenção da nossa identidade. A capoeira por si só, já fala muito da nossa cultura, e a ACE já faz parte dessa história divulgando e contribuindo dimensional mente nos últimos 41 anos de cultura nacional e internacional. Bahia, São Paulo, Alagoas, Itália, Espanha, Holanda, Argentina e outros, desenvolvem um trabalho cultural e social da ACE através das manifestações artísticas e musicais, com danças, luta arte e folclore, principalmente na nossa língua portuguesa. É no Rio de Janeiro, nos Bairros, Academias, Clubes, Colégios e principalmente nas Comunidades, que a ACE tem uma grande influência cultural e social na formação de crianças, adolescentes, jovens e adultos. No bairro de Costa Barros, a ACE começou um trabalho no final de 1995, mas só foi reconhecida pelas comunidades do bairro em 1996, desde então, o trabalho nunca, mas parou.

Hoje, com o Projeto Engenho do Amanhã, Visando suprir a demanda do nosso bairro, no desenvolvimento de ações sociais, que amparem e dêem suporte a sua população na busca por melhores condições de vida, criamos este projeto, tendo a capoeira como cultura principal. É um programa de atendimento as crianças, adolescentes, jovens e ate adultos, de diversas comunidades, com o objetivo de ocupar o tempo ocioso destes públicos, afastando-os dos riscos sociais a quais estamos expostos, através do oferecimento de atividades esportivas, culturais, musicais, dança afro e percussão. Onde a capoeira encaixa-se perfeitamente, por possuir uma cultura rica em ensinamentos educacionais em disciplina, respeito e socialização em grupo.

Todos os meninos e meninas possuem capacidade para superar as dificuldades em maior ou menor grau. Mas alguns estão mais vulneráveis a algumas situações que causam sofrimento, reduzindo a capacidade de superação. Estar ou sentir-se vulnerável reduz a força para enfrentar os problemas. Eu posso falar porque fui uma dessas pessoas. É por isso que eu estou com esse Projeto Engenho do Amanhã, apostando na capacidade de superação das nossas crianças, adolescentes e jovens.

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O objetivo do projeto é auxiliar os pais na educação dos seus filhos, contribuindo para uma boa formação como pessoa e um cidadão Brasileiro, que saiba dos seus direitos e deveres perante a sociedade, além de contribuir para manutenção da saúde física e mental, e trabalhar diversos fatores importantes na formação integral do ser humano..

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Historia

Capoeira Regional

A Capoeira Regional é o estilo de jogo da Capoeira criada por Manuel dos Reis Machado, o Mestre Bimba. Com a criação da Capoeira Regional surgiram novos golpes e movimentos, além de ter um ritmo mais dinâmico que o da Angola.

Quando Bimba começou a sentir que a ”Capoeira Angola”, que ele praticava e ensinou por um bom tempo, tinha se modificado, degenerou-se e passou a servir como ”prato do dia” para ”pseudocapoeiristas”, que a utilizavam unicamente para exibições em praças, por possuir um número reduzido de golpes, deixava muito a desejar, em termos de luta. Aproveitou-se então do ”Batuque” e da ”Angola”, colocando mais agilidade nos movimentos, pois queria ver um jogo mais alegre, festivo, acrobático e ágil, e criou o que ele chamou de ”Luta Regional Baiana”, a capoeira regional. Bimba aprendeu essa arte chamada de batuque, que é uma luta africana braba e violenta onde o objetivo era jogar o adversário no chão usando apenas as pernas, com o seu pai, Luiz Cândido Machado, que era campeão dessa arte.

Tudo isto aconteceu por volta do ano de 1928 e, esta modalidade de capoeira ganhou primeiramente o nome de capoeira regional baiana, por ser praticada somente em Salvador-BA. A partir da década de 30, quando foi instituído o Estado Novo, o Brasil passou por uma fase de muitas transformações políticas, culturais e sociais, onde a modernização era inevitável. Foi aí que surgiu a oportunidade de Mestre Bimba levar o seu estilo de capoeira para as classes mais privilegiadas da sociedade. Em 1936, ele fez a primeira apresentação pública de seu trabalho, e um ano depois foi convidado pelo governador da Bahia, General Juracy Magalhães para fazer uma apresentação no Palácio do Governo, onde estavam presentes várias autoridades importantes e muitos convidados de alta sociedade. Após este evento, a capoeira Regional foi reconhecida como esporte nacional e Mestre Bimba foi reconhecido pela Secretaria de Educação e Assistência Social da Bahia como professor de Educação Física, e a sua academia / escola, como a primeira do Brasil reconhecida por lei.

Capoeira contemporãnea

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A capoeira em sua mais completa definição e formação, nasceu no Brasil. Com o início da colonização, os portugueses viram no trabalho escravo um instrumento para o desenvolvimento desejado por eles. Tentaram a princípio, escravizar e explorar o trabalho dos indígenas que aqui viviam. Contudo, as características físicas e culturais, somadas à resistência ao trabalho cativo por parte dos índios, os levam à sua rápida dizimação. A saída encontrada pelos colonizadores foi a escravidão negra, o tráfico de homens negros trazidos do continente africano para o início de uma grande saga que marcou a sociedade brasileira: o período das torturas, da lei da chibata e da morte como reguladora das relações de trabalho. O povo negro passou a viver na escravidão.

Já no início do século XVI, milhares de africanos foram desembarcados em terras brasileiras e, com eles, a história do país ganhou alterações. Inicialmente foi a mão-de-obra nos canaviais, depois na mineração e em outras atividades produtivas. Foram trazidos contra sua vontade, mas trouxeram a sua cultura, sua vivência e a semente da liberdade que nunca morreu, mesmo na terra marcada pelos horrores da escravidão.

Toda produção da colônia acontecia no campo. Com isso, num primeiro momento, os relatos da capoeira surgem como sendo uma dança praticada pelos escravos, no mato rasteiro que crescia após as queimadas das florestas para o plantio, chamado de capoeira pelos índios. Neste momento a prática da capoeira era de predominantemente rural, só se ouvindo relatos da mesma em fazendas e senzalas, como dança e também como luta perigosa de rebeldia dos escravos. Os negros capoeiristas eram temidos inclusive pelos feitores das fazendas. Como as distâncias no campo eram grandes, não existiam tantas trocas de informações, ou festas que incluíssem escravos de fazendas diferentes, só quando eram vendidos para outros proprietários ou fugiam. Essas trocas, quando aconteciam, eram importantes, pois através delas que a capoeira se desenvolvia e se tornava conhecida entre os diferentes grupos de escravos. Este fato confima a afirmativa do texto anterior,uma vez que a capoeira começa a se desenvolver com a união das diversas culturas africanas no Brasil, possibilitada pelo mercado de escravos.

Contudo, essas trocas de conhecimento entre escravos cresceu, e através dela, escravos de diferentes fazendas eram informados das rotas de fuga para os Quilombos, disseminavam a capoeira e faziam o sincretismo religioso, dando continuidade às suas tradições e misturando suas culturas. As mais fortes influências foram as dos negros Nagôs e Bantus.

Os Quilombos são outra pagina importante desta historia, uma das mais fortes demonstrações da luta pela liberdade e da união dos povos africanos no Brasil. Eram territórios escondidos nas matas distantes das capitanias portuguesas, onde os africanos viviam novamente em liberdade. Espalhavam-se os boatos sobre novos Quilombos e suas rotas de fuga. Em geral esses boatos chegavam no momento em que o ”Senhor” chamava grupos de escravos para transportar a mercadoria até o pequeno centro urbano das capitanias. Ali eram feitas grandes feiras, comércio de exportação, importação, venda de escravos. Era nesse momento que os africanos se encontravam com seus semelhantes de outras fazendas, trocavam conhecimentos e ao final das feiras faziam pequenas festas com batuques, cantos e as primeiras manifestações da capoeira. E foi através das feiras, também tão popular entre os portugueses, que os africanos se encontravam, unindo elementos essenciais para o desenvolvimento da Capoeira.

Com o término da escravidão, muitos negros se viram nas ruas sem emprego, moradia e alimentação. Por não terem outra oportunidade de sobrevivência, começaram a saquear e roubar, utilizando a capoeira como ferramenta de auxílio. Com isso, teve início o processo de degradação da capoeira, quando os capoeiristas passaram a ser vistos como vadios e delinqüentes. Em 1890, a capoeira foi proibida por lei, sob pena de prisão de 2 a 6 meses, permanecendo assim até 1937.

As três primeiras décadas do século XIX foram marcadas por constantes conflitos entre a polícia e os capoeiristas, que utilizavam armas como navalha e facões. Os capoeiras aproveitavam as festas do largo e apresentações para roubar, saquear, brigar e arrumar confusão. Seus principais focos foram os estados de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, onde neste último, era grande a preocupação do governo. Foi o extermínio total dos capoeiristas.

A criação da Capoeira Regional por Mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado), foi um passo importantíssimo para a legalização da capoeira e o resgate do seu valor, pois, com ela a capoeira passa a ser reconhecida como esporte nacional. Do outro lado, na capoeira angola estava Mestre Pastinha (Vicente Ferreira Pastinha) que seguiu reagindo àquela ”mestiçagem” e procurando afirmar a pureza da capoeira, difundindo o seu estilo Angola, procurando deixar bem clara a diferenciação do estilo Regional.

                Capoeira Engenho

Em 1937, a capoeira passa a ser permitida por lei e daí em diante não parou de crescer. Inicia-se a ascensão sócio-cultural, a Capoeira volta ao cenário das expressões culturais brasileiras, está presente na música, nas artes plásticas, na literatura, nos palcos. Termina a fase negra em sua história, quando a capoeira e todas as formas de manifestações ficaram totalmente marginalizadas pela sociedade, e passa a ser patrimônio de todo um povo.

A Capoeira sobrevive, o negro preservou sua luta, e ao transformá-la ,fizeram-na brasileira. Devemos aos negros essa capacidade de resistência e luta para sobreviver em condições duras e difíceis.

Atualmente, a Capoeira vem adquirindo maior número de adeptos em todas as raças e camadas sociais no Brasil e em outros países. E é nesses outros países que a Capoeira ganha a sua devida projeção mundial, por ser uma arte em ritmos e movimentos, que exprime toda a criatividade de um povo oprimido.

Apesar de todo esse desenvolvimento, a sociedade ainda pouco conhece sobre os verdadeiros valores e as contribuições que podem advir do conhecimento e prática da Capoeira.

Antes de Mestre Bimba criar a Capoeira Regional, a Capoeira Angola era chamada apenas de Capoeira, mas com o surgimento da Regional de Bimba , aparece o termo Capoeira Angola. O mestre mais famoso e conhecido da Capoeira Angola é Mestre Pastinha. Ele dizia: ”Capoeirista não é aquele que sabe movimentar o corpo, mas sim, aquele que deixa o corpo ser movimentado pela alma”.

Talvez pelo fato da Capoeira Regional ter se expandido amplamente pelo Brasil, principalmente como uma modalidade de luta, passou-se a difundir a idéia de que a Angola não dispunha de recursos para o enfrentamento, afirmando-se ainda que as antigas rodas de capoeira, anteriores a Mestre Bimba, não apresentavam situações reais de combate. Porém, os velhos mestres fazem questão de afirmar que estes ocorriam de uma forma diferente da atual, em que os lutadores se valiam mais da agilidade e da malícia – ou da ”mandinga”, como se diz na capoeira – do que da força propriamente dita.

Mestre Pastinha, em seu livro Capoeira Angola, afirma que ”sem dúvida, a Capoeira Angola se assemelha a uma graciosa dança onde a ginga maliciosa mostra a extraordinária flexibilidade dos capoeiristas. Mas, Capoeira Angola é antes de tudo, luta e luta violenta”.

Capoeira Angola

Capoeira

Capoeira Engenho